domingo, 30 de setembro de 2007

Notícias sobre a final

Capitã não acredita em maior incentivo após vice
Allen Chahad, Antonio Prada e Ricardo Setyon

Capitã da Seleção Brasileira, a zagueira Aline não acredita em mudanças na situação do futebol feminino no País após o vice-campeonato no Mundial da China. Depois da derrota na decisão deste domingo, contra a Alemanha, a brasileira disse com lágrimas nos olhos que nada deve mudar com o resultado inédito.
"Chegamos aqui com muitas dificuldades e sem apoio algum. A tendência é voltarmos para o Brasil sem nada", afirmou a capitã, desacreditando em uma melhora na organização da modalidade.
Muito emocionada, Aline estava com o olhar perdido, mas contou que após o jogo, numa reunião improvisada em uma parte do campo, as jogadoras da Seleção se comprometeram a não desanimar com o vice-campeonato e a falta de incentivo.
"Conversamos sobre termos começados todas juntas e assim vamos até o fim. No Brasil, as coisas são muito difíceis. O segundo lugar não vale nada", desabafou.
Aline ainda disse que a organização da competição feminina nacional, anunciada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para outubro, não resolve o problema do esporte no Brasil.
Em sua opinião, primeiro deveria haver organizações regionais. "Precisaríamos que entre cinco e oito estados tivessem campeonatos competitivos para poder formar uma base", disse.
A atacante Cristiane tem a mesma visão de Aline e ressalta que as mesmas promessas foram feitas após a medalha de prata da Seleção feminina na Olimpíada de Atenas.
"Todas aqui tem o mesmo sentimento. O mesmo aconteceu após a Olimpíada de Atenas. Muito se falou e nada mudou nestes últimos três anos", afirmou.

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Após vice, brasileiras protestam com faixa
Allen Chahad, Antonio Prada e Ricardo Setyon

Logo após receberem a medalha de prata pela conquista do vice-campeonato do Mundial de Futebol Feminino, as jogadoras da Seleção Brasileira exibiram uma faixa em forma de protesto, ainda no gramado do estádio em Xangai, na China, pedindo apoio ao esporte no País.
Daiane e Michelle, que atuam no Botucatu, estenderam a faixa com os dizeres: "Brasil, precisamos de apoio!". Enquanto isso, o restante das atletas da Seleção ficou atrás da faixa em sinal de solidariedade.
O técnico Jorge Barcellos preferiu não se envolver na polêmica. "É uma situação que eu procuro não me envolver. Sou responsável apenas pela parte técnica e tática da equipe", comentou.
"Acho que o resultado, o vice-campeonato, vai beneficiar o futebol feminino, assim como a criação da Copa do Brasil feminina", emendou.
Barcellos acredita que devem surgir "novos investidores para o futebol feminino, tanto em termos de clubes, como de campeonatos para facilitar o nosso trabalho".
As brasileiras, mesmo após a derrota por 2 a 0 para a Alemanha na final, foram aplaudidas de pé pela torcida chinesa presente ao estádio.
Antes da decisão, logo após a semifinal, quando o Brasil goleou os EUA por 4 a 0, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou que irá promover no final de outubro a primeira edição da Copa do Brasil feminina de futebol, com o apoio do Ministério do Esporte.
O futebol feminino ganhou projeção nos últimos anos desde a medalha de prata nos Jogos de Atenas-2004.
A CBF prometeu confirmar nas próximas semanas o número de clubes participantes. De acordo com a entidade, o modelo da Copa do Brasil feminina será parecido com o do masculino, criado em 1989.
ContrasteContrastando com a faixa brasileira, as alemãs exibiram uma com os dizeres, em chinês e inglês: "Obrigado pelo apoio", em alusão ao incentivo da torcida ao longo da competição.

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