Assim não há descanço

Quando o Esporte é (quase)tudo!, o objetivo era analisar o ESPORTE em suas mais diferentes modalidades. Contudo, no nosso 4º mês de aniversário, o que consta é que temos tratados quase que exclusivamente do futebol. Ainda sim, o fazemos tentando fugir da exclusividade masculina com que a modalidade é tratada; para isso, damos espaço ao futebol feminino, com os resultados da Copa do Brasil e cobrando explicações das autoridades responsáveis.

Cobrar a quem se deve também é outro ideal que norteia o Esporte é (quase)tudo! desde o seu início; dessa forma, o senhor presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Terra Teixeira - que foi homenageado em um jantar baba-ovo na terça-feira no Buffet Leopoldo, em São Paulo, com a presença de empresários paulistas de diversos setores, do governador de São Paulo, José Serra, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e do ministro de Esportes, Orlando Silva - tornou-se nosso maior procurado para esclarecimentos.

Nem ele e nem a CBF jamais responderam.

Não nos responderam sobre seus planos para um campeonato de futebol feminino nacional, há tanto tempo prometido; mas vendo o sucesso das meninas da Seleção Brasileira, logo trataram de realizar a Copa do Brasil de última hora ao invés de, por exemplo, apoiar as ligas existentes (creio que a palavra "liga" dê calafrios em Teixeira). Com a Copa do Brasil, objetivando atender aspectos políticos em detrimentos de técnicos, deixaram de fora equipes como o Saad e o CEPE Caxias, dois dos grande do futebol brasileiro.

O sucesso da Seleção Brasileira forçou a CBF não apenas a lançar uma competição mas também a a anunciar, por meio do supervisor América Faria, que o valor a ser pago pelo segundo lugar na Copa do Mundo da China, em setembro, seria proporcional ao destinado à equipe masculina pentacampeã mundial em 2002 - cada titular recebeu US$ 150 mil. O anúncio foi feito após as atletas terem redigido uma carta com várias reivindicações, entre as quais a transparência da CBF quanto à definição da premiação, mais amistosos e uma diária maior.

O objetivo era distribuir o manifesto à imprensa assim que desembarcassem. Mas, ao tomar conhecimento do documento, a CBF agiu rapidamente e abafou a crise: anunciou algumas medidas antes mesmo de a seleção retornar ao País.

Dos US$ 150 mil prometidos, as jogadoras receberam R$ 17 mil cada, cerca de 6% do valor acertado.

Adorariamos falar sobre a Super Liga de vôlei, sobre o nacional de basquete, sobre o Campeonato Brasileiro de Badminton...

Mas o Teixeira não nos dá descanço.

Veja mais na matéria de hoje do Estadão: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20071122/not_imp83753,0.php