Nadadores do Brasil no Pan sabiam do "Caso Joanna"
Por Luciano Borges
A Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos afirmou - através da assessoria de imprensa - que desconhecia o "Caso Joanna Maranhão". Mas a história envolvendo a nadadora pernambucana, revelada no site A Gazeta Esportiva, na última quinta-feira, era conhecido dos atletas da natação que disputaram os Jogos Panamericanos Rio 2007. Durante uma reunião com todos os nadadores que participavam do evento - organizada pelos treinadores para que o grupo se abrisse e se unisse mais - Joanna revelou ter sofrido abuso sexual quando tinha 9 anos e treinava no Náutico, em Recife.
O desabafo pegou todo mundo de surpresa e emocionou vários colegas de Joanna. A revelação foi resultado dos anos de análise que fez com um psicólogo. Joanna contou que passou 10 anos negando o fato para si mesma, mas quando não conseguiu mais lidar com o assunto, procurou ajuda. Com isso, melhorou inclusive seu desempenho nas piscinas. Ontem, o blog Dinastia Olímpica - do jornalista Júlio Frascino - contou esta história e ainda conversou com Joanna, que tinha acabado de saber da morte de um tio em Pernambuco.
A nadadora, que tenta índice para a Olimpíada de Pequim nas provas de 200 e 400 mts nado medley, estava chorando. Deve voltar ao Brasil ainda neste sábado para o enterro.
Leia a seguir, a íntegra do artigo:
SEM MOTIVOS PARA SORRIR
Para a surpresa do repórter, Joanna Maranhão atende o celular pessoal (com DDD do Recife) na França: - Por favor, a Joanna? - É ela, pode falar! A conversa é rápida, não demora mais que cinco minutos. Joanna está agitada, mas não se importa em falar sobre o abuso sexual que sofreu na infância. Ela acha que os jornalistas pegaram só a parte que ela tinha sido molestada e daí fizeram uma outra notícia, mais sensacionalista.
Não era o que Joanna esperava. "Queria mostrar como um exemplo positivo, que superei isso, e não para justificar os maus resultados dos últimos tempos", explica a pernambucana, de 20 anos, ainda sem índice para os Jogos Olímpicos de Pequim. Para Joanna, o assunto já foi superado.
"Não vou falar quem foi, nada. Não vou ficar remoendo." Na verdade, a revelação de Joanna, levada a público ontem, já era do conhecimento dos nadadores da seleção brasileira desde julho de 2007. Numa reunião entre atletas e comissão técnica, durante os Jogos Pan-Americanos, Joanna pediu a palavra e contou a história, sem rodeios. Fim da ligação! Já é noite na França, e Joanna continua com o celular ligado para saber notícias sobre o estado de saúde do tio materno, Sérgio, internado num hospital de Recife.
Ele faleceu após complicações numa cirurgia no coração. Joanna está inconsolável e volta para o Brasil na segunda-feira.
5 comentários:
Nao consigo entender como um homem é capaz de abusar de uma criança, é revoltante!!!!! Imagina o que a Joanna passou, e a inda passa, os traumas que ela levará por toda vida. Fico indignada!!
A família dever ter sentido uma imensa revolta e dor, no mínimo, eles confiavam cegamente em quem abusou dela.
Bom, "pelo menos" a Joana é mulher...
Há muitos casos em categorias de base, principalmente no futebol, em que os casos de abusos sexuais e de pedofilia são homossexuais...
Eu imagino o trauma da criança quando uma coisa dessa acontece!
Muitas crianças acabam cedendo e não denunciam o agressor, pois acreditam que se não o fizerem, não terão seqüência em suas carreiras. Mas eles também não percebem que dessa maneira estão afundando suas carreiras!
Como diria Oscar Roberto Godoy: "Pau neles!".
A segurança pública tem de estar de olho nas categorias de base, para que o sonho de um garoto, não se torne seu maior pesadelo!
Mário, nao vejo nenhuma diferença entre ser um caso hétero ou homo. O trauma é o mesmo, DEVASTADOR!
Só de imaginar a dor, o medo, a humilhação e outros sentimentos horrendos que uma crainça que passa por tamanha violência sente, já me deixa enfurecida com esse tipo degente, se é que podemos chamar estes agressores de gente.
Vc está corretíssimo ao afirmar que deveria haver uma maior vigilância nas categorias que abarcam crainças, pois estas não sabem se defender da violência. Infelizmente, no nosso país nada é levado a sério, nem criança, nem idosos, educação, saúde, segurança pública, investimentos sociais, política, dignidade humana, incentivo ao esporte e lá se vaiiiiii.........
Sim sim, Simone... em ambos os casos a tragédia é enorme! Mas eu acho que quando é homossexual é ainda pior! Em todo caso, a punição ao infrator deve ser a equivalente, seja o caso homo ou heterossexual!
Mas eu sou crente de q as coisas para o país, as passos de tartaruga, vão melhorar e estão melhorando!
Ok, Mário, respeito asua opinião. Apenas nao a entendo, pois para mim nao há pior, todas são igualmente nefastas.
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